Se você precisa de um medicamento de alto custo que não está disponível no SUS, saiba que ainda é possível conseguir esse tratamento por meio da Justiça. Mas, após a decisão do STF de outubro de 2024, novas regras passaram a valer.

Neste artigo, você vai entender o que mudou, quais são os critérios para obter medicamentos de alto custo judicialmente e como agir para garantir seu direito à saúde.

O que são medicamentos de alto custo?

São remédios com preços elevados, geralmente utilizados em tratamentos de doenças graves ou raras, como câncer, doenças autoimunes e condições que exigem terapias mais avançadas. Muitos desses medicamentos ainda não foram incorporados ao SUS, o que leva muitos pacientes a buscarem a Justiça para obter acesso.

O que mudou com a decisão do STF sobre medicamentos de alto custo?

Em outubro de 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu critérios mais rígidos para que pacientes consigam, por meio de uma ação judicial, medicamentos de alto custo não incluídos na lista oficial do SUS.

A ideia é equilibrar o direito dos pacientes ao tratamento com a necessidade de manter a sustentabilidade financeira do SUS.

Critérios para conseguir medicamentos de alto custo pela Justiça

Para obter um medicamento de alto custo fora do SUS, é necessário cumprir os seguintes requisitos:

  1. O medicamento deve ter registro na ANVISA

Isso garante que o remédio foi aprovado no Brasil e é considerado seguro e eficaz.

  1. Os tratamentos do SUS devem ser ineficazes para o caso

É preciso comprovar, com laudos médicos e evidências clínicas, que os tratamentos oferecidos pelo SUS não funcionam ou são inadequados para o seu quadro de saúde.

  1. Não pode haver uma alternativa terapêutica no SUS

O paciente deve demonstrar que não há outra opção viável de tratamento no sistema público.

 

  1. É necessário comprovar que não pode pagar pelo medicamento

Documentos como declaração de imposto de renda, extratos bancários e comprovantes de renda são usados para mostrar que o paciente não tem condições financeiras de arcar com o custo do tratamento.

  1. Risco de vida ou de dano grave à saúde

Mesmo cumprindo todos os critérios, a Justiça só autoriza o fornecimento do medicamento se a ausência do tratamento representar risco de morte ou comprometimento sério da saúde do paciente.

Quem será responsável pelo fornecimento do medicamento?

Segundo a decisão do STF, a União (governo federal) será responsável por custear o medicamento, desde que todos os critérios sejam cumpridos e a solicitação judicial seja aprovada.

Ainda posso entrar na Justiça?

Sim. Mesmo com os novos critérios, o acesso judicial a medicamentos de alto custo continua sendo possível. O mais importante é contar com acompanhamento médico especializado, reunir toda a documentação necessária e buscar orientação jurídica com um profissional que atue na área da saúde.

O que fazer para garantir seu direito à saúde?

Veja os passos recomendados:

  1. Converse com seu médico especialista, que poderá prescrever o medicamento correto e fornecer os laudos.
  2. Tente todas as alternativas disponíveis no SUS.
  3. Reúna documentos financeiros para comprovar sua renda.
  4. Procure um advogado especializado em Direito à Saúde para orientar sobre o processo judicial.

Conclusão

A decisão do STF sobre medicamentos de alto custo busca organizar e padronizar os pedidos judiciais, mas não retira o direito do paciente de lutar por um tratamento adequado.

Se você ou alguém da sua família está enfrentando essa situação, informação e orientação certa fazem toda a diferença. Buscar ajuda médica e jurídica pode ser o caminho para garantir um direito fundamental: o acesso à saúde.