Você já ouviu falar que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu sobre os medicamentos de alto custo no SUS? Pois é, essa decisão, tomada em outubro de 2024, tem gerado muitas dúvidas — principalmente sobre o que muda quando o assunto são os procedimentos cirúrgicos que o SUS não oferece.
Neste texto, a gente explica de forma simples o que está em jogo, como essa decisão pode impactar quem precisa de uma cirurgia e o que pode ser feito em casos de negativa ou demora no tratamento.
O que o STF decidiu?
O STF analisou casos de pessoas que precisavam de medicamentos de alto custo que não estão disponíveis no SUS. A conclusão foi que, para que a Justiça autorize o fornecimento desses remédios, é preciso cumprir critérios bem específicos.
O principal motivo dessa decisão? Evitar que o sistema de saúde pública entre em colapso por conta de decisões isoladas, que podem acabar tirando recursos de outras áreas essenciais.
Mas e as cirurgias? O que isso tem a ver?
Mesmo que a decisão do STF fale diretamente sobre medicamentos, ela também pode ser usada como base para casos de cirurgias não oferecidas pelo SUS.
Ou seja: agora, se um paciente precisar de uma cirurgia que não faz parte da lista de procedimentos do SUS, e quiser buscar esse direito na Justiça, também terá que apresentar provas e seguir critérios parecidos com os exigidos para os medicamentos.
O que pode ser exigido do paciente?
Abaixo, listamos os principais pontos que podem ser considerados:
- Falta de alternativas no SUS: É importante mostrar que nenhum tratamento oferecido atualmente resolve o problema de saúde.
- Laudos médicos claros: O paciente precisa apresentar laudos atualizados, que mostrem que o procedimento é necessário e urgente.
- Comprovação de risco à saúde: A cirurgia deve ser essencial para evitar risco de morte ou agravamento grave da saúde.
- Comprovação de baixa renda: Documentos que mostrem que a pessoa não tem condições de pagar pela cirurgia de forma particular podem ser solicitados.
E agora? Vai ficar mais difícil conseguir cirurgias pelo SUS?
A decisão do STF não impede que o paciente entre na Justiça. Mas, como os critérios ficaram mais rígidos, é fundamental seguir todos os passos com atenção e ter orientação médica especializada.
Também é importante lembrar que tentar primeiro todas as alternativas oferecidas pelo SUS (inclusive consultas com especialistas e tratamentos clínicos) continua sendo o caminho inicial.
Por que essa mudança gerou debates?
Alguns defendem que essa medida ajuda a manter o SUS funcionando para todos, sem sobrecarregar o sistema. Outros acham que pode dificultar o acesso a tratamentos mais modernos ou urgentes.
De um lado, está a necessidade de controlar os gastos públicos. Do outro, está o direito de cada pessoa de receber o tratamento que precisa para viver com dignidade. Encontrar esse equilíbrio é o grande desafio.
O que fazer se você estiver passando por isso?
Se você ou alguém próximo precisa de um procedimento que não está disponível no SUS, o ideal é:
- Conversar com o médico que te acompanha. Ter um laudo bem feito e detalhado é fundamental.
- Buscar informações com profissionais da área jurídica, caso o acesso esteja sendo negado.
- Reunir todos os documentos e exames que comprovem a urgência do seu caso.
Procure um advogado de sua confiança e com experiência na área da saúde para entender melhor quais são os seus direitos e como agir.
Em resumo: a saúde continua sendo um direito seu. Mas, diante dessa nova decisão, é importante estar bem informado, com os documentos certos e orientação adequada.
Você não está sozinho nessa. Informação e orientação são os primeiros passos para lutar por um tratamento digno.